Hoje em dia, passou a ser das frases mais ouvidas no dia-a-dia: âEstou com stresseâ¦â. O estilo de vida actual, caracterizado por uma luta contra o tempo, em muito tem contribuÃdo para esta âepidemia mundialâ, assim considerada pela própria Organização Mundial de Saúde. Mas o que é afinal o stresse? De forma simplificada, é uma reacção a estÃmulos externos que o indivÃduo identifica como sendo ameaçadores ou perigosos e com os quais irá ter de lidar, ou seja, tudo o que não possamos controlar pode ser fonte de stress.
Podem ser consideradas duas situações nas reacções de stress: eustress e distress. Há situações em que o stresse conduz ao aumento da motivação e concentração do indivÃduo, permitindo-o atingir melhores nÃveis de desempenho. Esta reacção de adaptação ao stress é designada por eustress. No entanto, se o indivÃduo não for capaz de lidar saudavelmente com as situações geradoras de stresse, podem desencadear-se episódios de angústia, apatia, isolamento, tensão excessiva, frustração, sintomas estes que representam a dimensão negativa do stresse, o distress. Situações prolongadas podem despoletar perturbações mais graves, principalmente de ansiedade e depressão.
A vulnerabilidade da passagem do pólo âsaudávelâ ao pólo âpatológicoâ depende de um sem número de factores, entre os quais se destaca a capacidade do próprio indivÃduo gerir o stress e a importância que as redes sociais de apoio (famÃlia e amigos) exercem na superação das dificuldades.
O stress deve ser gerido como sendo uma espécie de panela de pressão, em que deve haver uma libertação constante e moderada para que o equilÃbrio se mantenha, evitando "explosões". Comer adequadamente, dormir tranquilamente, fazer exercÃcio fÃsico regular e ser capaz de criar pequenos momentos diários de relaxamento são algumas estratégias que podem ser usadas para prevenir a emergência de sintomas de distress.
São já frequentes os casos em que a situação assume tais proporções que se torna necessária a intervenção psicológica e, eventualmente, farmacológica. Ansiedade e depressão são duas das principais razões que levam as pessoas a recorrerem a psicólogos. Contudo, existe ainda alguma resistência ao recurso a terapeutas da área psi. As crenças do tipo âisto é só stresseâ fazem com que as pessoas cheguem a situações limite em que a coexistência de teias de dificuldades já não é apenas imaginária mas verdadeiramente realâ¦