O estudo da personalidade nos últimos anos é de tão grande
significado social, que está hoje em pleno desenvolvimento. No entanto, apesar
de seu grande avanço, o que se conhece sobre personalidade ainda é insuficiente para atender
às exigências práticas que são colocadas em proporções cada vez menores pelo
mundo contemporâneo.
A palavra personalidade, evidentemente, não
se constitui em um termo desconhecido, porquanto vem sendo usada indevidamente
para determinar os traços que nos tornam agradáveis as outras pessoas. Gostamos
ou admiramos. O indivÃduo que âtem personalidadeâ , prontamente
afirmamos que ele é dinâmico, amigo, simpático. Assim, alguém tem
personalidade, quando âimpressiona fortementeâ a seus semelhantes.
Por outro lado, somos indiferentes ou não
toleramos o indivÃduo que não âtem personalidadeâ porque, pelo menos
para nós ele é irritante ou desagradável. Chega-se mesmo a dizer que uma pessoa
que passa desapercebida, apática na vida em comum, ânão tem personalidadeâ.
Existem correntes da Psicologia que estudam a formação da Personalidade mas por
outro lado há correntes da mesma que negam a existência de tal conceito.
O que seria então
Personalidade?
A personalidade é uma estrutura interna, formada
por diversos factores em interacção. Não se reduz a um traço apenas, como a autodeterminação
ou um valor moral. Pode ser muito ou pouco valorizada. Não importa. Uma pessoa
mesmo sem valores, mal formada, com falhas morais ou limitações psicológicas,
não deixa de ter personalidade porque tem uma estrutura interna, embora
defeituosa.
Também, a personalidade não é a simples soma ou
justaposição de elementos, mas um todo organizado e individual, produto de factores
biopsicossociais.
- Nos fatores
biológicos estão: o sistema glandular e o sistema nervoso.
- Entre os fatores
psicológicos estão: o grau e as caracterÃsticas de inteligência, as
emoções, os sentimentos, as experiências, os complexos, os
condicionamentos, a cultura, a instrução, os valores e vivências humanas.
- Nos grupos sociais,
como a famÃlia escola, a igreja, o clube, vizinhança, processa-se a interacção
dos factores sociais.
[editar] Componentes da Personalidade (Temperamento e Caráter)
Sendo a personalidade, o que distingue uma pessoa
da outra, a mesma encontra-se apoiada em herança biológica e na acção
ambiental.
Os factores biológicos, principalmente o sistema
glandular e o sistema nervoso
determinam no indivÃduo o temperamento, que é constituÃdo de impulsos naturais.
Ser agressivo ou não ser agressivo, ser irrequieto ou indolente, ser emotivo ou
não emotivo, ter reações primárias ou secundárias, podem ter traços
temperamentais.
Assim, o indivÃduo nasce com determinado temperamento,
mas factores ambientais podem modificá-lo até certo ponto. Assim, a educação
pode manter domÃnio e controle sobre o temperamento; a alimentação; as doenças;
o clima; os acontecimentos e outros factores causam algumas transformações nos
traços temperamentais.
A vida ensina o homem a controlar ou a estimular
seu temperamento. Todo tipo temperamental tem seus aspectos positivos e
aspectos negativos. Conhecendo-se bem, o homem pode dominar os aspectos
negativos e estimular e desenvolver os aspectos positivos. O temperamento é
parte da personalidade, e, esta não se reduz àquele. A personalidade é o todo;
o temperamento é um aspecto desse todo. Portanto, o temperamento é um aspecto
inato, biológico da personalidade. As qualidades que estão relacionadas com o
temperamento incluem entre outras, excitabilidade, irrascibilidade,
impulsividade, receptividade (sensibilidade), reserva, passividade, optimismo,
pessimismo, vivacidade e letargia.
O princÃpio e valores do homem constituem seu Caráter. Carácter é um termo que
etimologicamente significa âgravarâ. Mas esse conceito sofreu total
evolução. Hoje, caráter significa padrão de valores da personalidade. Ã
constituÃdo de valores morais e sociais. Adquire-se o carácter na famÃlia, na
escola e na sociedade em geral. Como diz ALLPORT (1979), carácter é a
personalidade valorizada. Nesse sentido o carácter é um aspecto da
personalidade. Quando se diz que uma pessoa tem uma personalidade sem carácter,
está se referindo à sua aceitabilidade moral e social. Portanto, o carácter se
origina a partir de factores como: integridade, fidedignidade e honestidade.
Está associado àquelas nossas acções que satisfazem ou deixam satisfazer os
padrões aceitos da sociedade e que são, consequentemente, julgados como
âcertosâ ou âerradosâ.
[editar] Estrutura e Dinâmica da Personalidade - (Id, Ego, Superego)
Id â O id
é a fonte da energia
psÃquica (libido). à de origem orgânica
e hereditária. Apresenta a forma de instintos que impulsionam o organismo. Está
relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo animal, que o
indivÃduo experimenta. Não tolera tensão. Se o nÃvel de tensão é elevado, age
no sentido de descarregá-la. à regido pelo princÃpio do prazer. Sua função e
procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localiza-se na zona inconsciente da
mente. O Id não conhece a realidade objectiva, a "lei" ética e social,
que nos prende perante a determinadas situações devido as conclusões da
interpretação alheia. Por isso surge o Ego.
Ego â
Significa âeuâ em latim. E responsável pelo contacto do psiquismo com o mundo objectivo
da realidade. O Ego actua de acordo com o princÃpio da realidade. Estabelece o
equilÃbrio entre as reivindicações do Id e as exigências do superego com as do
mundo externo. à o componente psicológico da personalidade. As funções básicas
do Ego são: a percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos.
Localiza-se na zona consciente da mente.
Superego â
Actua como censor do Ego. Ã o representante interno das normas e valores
sociais que foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e
recompensas impostos à criança. São nossos conceitos do que é certo e do que é
errado. O Superego nos controla e nos pune (através do remorso, do sentimento
de culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos
satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. O Superego procura inibir
os impulsos do Id, uma vez que este não conhece a moralidade. à o componente
social da personalidade. As principais funções do Superego são: inibir os
impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual) e lutar pela
perfeição. Localiza-se consciente e pré-consciente.
Pelo Id o empregado deixaria de comparecer ao trabalho num belo dia ensolarado,
dedicando-se a uma aprazÃvel actividade de lazer: uma pescaria, um cinema, etc..
O Ego aconselharia prudência e buscaria uma oportunidade adequada para essas actividades.
O Superego diria ser inaceitável faltar com um compromisso assumido, por exemplo, com o
supervisor ou colegas de trabalho.
Os três sistemas da personalidade não devem ser
considerados como factores independentes que governam a personalidade. Cada um
deles têm suas funções próprias, seus princÃpios, seus dinamismos, mas actuam
um sobre o outro de forma tão estreita que é impossÃvel separar os seus
efeitos.
NÃveis de Consciência da
Personalidade
Para Freud, os três nÃveis de consciência são: consciente,
pré-consciente e inconsciente.
Consciente â
inclui tudo aquilo de que estamos cientes num determinado momento. Recebe ao
mesmo tempo informações do mundo exterior e do mundo interior.
Pré-consciente â (ou sub-consciente) â se constitui nas memórias que podem se tornar acessÃveis a
qualquer momento, como por exemplo, o que você fez ontem, o teorema de
Pitágoras, o seu endereço anterior, etc. à uma espécie de âdepósitoâ de
lembranças a disposição, quando necessárias.
Inconsciente â estão os elementos instintivos e material reprimido,
inacessÃveis à consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho ou
pelo método da associação livre. Os processos mentais inconsciente desempenham
papel importante no funcionamento psicológico, na saúde mental e na
determinação do comportamento.
Os Mecanismos de Defesa da Personalidade
As frustrações e os conflitos, dependendo da sua
quantidade e frequência, podem causar prejuÃzos sérios à estrutura e à saúde da
personalidade. Frustrações e conflitos podem acontecer a cada momento. A
condução atrasa, o café está frio, o vendedor da loja não nos atende direito, o
livro que querÃamos comprar está esgotado, um encontro que está sendo esperado
é cancelado etc. Assim, o homem não pode ficar olhando de frente, vivenciando
em profundidade suas frustrações e fracassos. Desse modo poderia chegar à beira
da autodestruição. Para evitar que isto aconteça, mobiliza seus mecanismos de
defesa.
Para Freud a defesa é a operação pela qual o Ego exclui
da consciência conteúdos indesejáveis. São vários os mecanismos. Os
principais são:
Racionalização â consiste em justificar de forma mais ou menos lógica e
ética a própria conduta. Apresenta-se como um esforço defensivo para manter o
auto-respeito. Ã provavelmente um dos mecanismos menos inconscientes. Por ele,
arranjamos desculpas e explicações que nos inocentem de erros e fracassos. A
criação de um âbode expiatórioâ é também racionalização. Dar uma desculpa para
inocentar nosso âeuâ ou jogar a culpa em outro tem a mesma finalidade: aliviar
da âculpaâ, ou de algo que nos inferiorize diante de nós e dos outros. Isto é
tão antigos quanto Adão e Eva. Depois de cometido seu âpecado originalâ, para
livrar seu âeuâ da culpa. Adão optou por um âbode expiatórioâ, culpando sua
mulher, Eva. Esta, por sua vez, optou pela desculpa: âfui tentada pelo diabo,
em forma de serpenteâ. Costuma-se ouvir de pessoas demitidas âafinal, aquela
empresa estava realmente em decadênciaâ; depois das mudanças de Administração,
ficou mesmo impossÃvel trabalhar lá; somente o pessoal menos qualificado
permaneceu.â Reconhecer nossa irracionalidade, ainda quando nos é incomoda,
ajuda a superá-la. Nem a conduta e nem os impulsos das pessoas são sempre
racionais.
Projecção â
consiste em atribuir a outros as ideias e tendências que o sujeito não pode
admitir como suas. Sem que percebamos, muitas vezes, vemos nos outros defeitos
que nos são próprios Podem servir como exemplos: o aluno que se sente frustrado
pela reprovação nos exames, põe-se a dizer que o professor é incapaz. O marido
infiel que desconfia da esposa.
Repressão â
é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e frustrações
demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou lembrados, reprimindo-os
e recalcando-os para o inconsciente. Vivências que provocam sentimentos de
culpa são esquecidas. Muitos casos de amnésia (excluÃdas as causas orgânicas)
podem ser explicados através deste mecanismo. Esquecemos o que é desagradável.
Deslocamento â Na tentativa de ajustar nosso comportamento e eliminar as
tensões, muitas vezes, não podendo descarregar nossa agressão na fonte de
frustração (um chefe, a organização, etc), passamos a agredir terceiros que não
têm nada a ver com o caso. à bom lembrar que a toda ou a quase toda frustração
corresponde agressão.
Regressão â
significa voltar a comportamentos imaturos, caracterÃsticos de fase de
desenvolvimento que a pessoa já passou. A criança de cinco anos que, após o
nascimento de um irmão, volta a chupar o dedo, molhar a cama e falar como bebé,
é um exemplo de regressão. Dessa maneira, reage melhor à frustração. à o caso
do funcionário que, diante do chefe, assume comportamento menos adulto.
Somatização - o conflito se transforma numa perturbação fisiológica. Por exemplo,
numa fiscalização, o funcionário foi apanhado em flagrante falta. A partir daÃ,
por ocasião dos perÃodos de fiscalização, adoece, passa mal, sente vómitos etc.
Distúrbios da Personalidade
A melhor maneira de definir âdistúrbioâ é
caracterizá-lo como deficiência psicológica com repercussão na área emocional e
interpessoal. Este termo caracteriza uma faixa que vai desde formas neuróticas
leves até a loucura, na plenitude do seu termo. Normal seria aquela
personalidade com capacidade de viver eficientemente, manter relacionamento
duradouro e emocionalmente satisfatório com outras pessoas, trabalhar
produtivamente, repousas e divertir-se, ser capaz de julgar realisticamente
suas falhas e qualidades, aceitando-as. A falha de uma ou outra dessas
caracterÃsticas pode indicar a presença de uma deficiência psicológica ou
âdistúrbioâ da personalidade.
Classificamos distúrbios da personalidade em 3
grandes tipos básicos:
1º Tipo: Neuroses
à a existência de tensão excessiva e prolongada,
de conflito persistente ou de uma necessidade longamente frustrada, é sinal de
que na pessoa se instalou um estado neurótico. A neurose determina uma
modificação, mas não uma desestruturação da personalidade e muito menos de
perda de valores da realidade. Costuma-se catalogar os sintomas neuróticos em
certas categorias, como:
a) Ansiedade - a pessoa é tomada por sentimentos generalizados e
persistente de intensa angústia sem causa objectiva. Alguns sintomas são: palpitação
do coração, tremores, falta de ar, suor, náuseas. Há uma exagerada e ansiosa
preocupação por si mesmo.
b) Fobias â uma área da personalidade passa a ser possuÃda por respostas
de medo e ansiedade. Na angústia o medo é difuso e quando vem à tona é sinal de
que já existia, há longo tempo. Se apresenta envolta em muita tensão,
preocupação, excitação e desorganização do comportamento. Na reacção fóbica, o
medo se restringe a uma classe limitada de estÃmulos. Verifica-se a associação
do medo a certos objectos, animais ou situações.
c) Obsessiva-Compulsiva: A Obsessão é um termo que se refere a idéias
que se impõem repetidamente à consciência. São por isto dificilmente
controláveis. A compulsão refere-se a impulsos que levam à acção. Está
intimamente ligada a uma desordem psicológia chamada transtorno
obsessivo-compulsivo.
[editar] 2º Tipo: Psicoses
O psicótico pode encontrar-se ora em estado de
depressão, ora em estado de extrema euforia e agitação. Em dado momento age de
um modo e em outro se comporta de maneira totalmente diferente. Houve uma
desestruturação da sua personalidade. O dado clÃnico para se aferir à psicose é
a alteração dos juÃzos da realidade. O psicótico passa a perceber a realidade
de maneira diferente. Por isso, faz afirmações e tem percepções não apoiadas
nem justificadas pelos dados e situações reais. Nas psicoses, além da alteração
do comportamento, são comuns alucinações (ouvir vozes, ter visões e delÃrios).
Pode ser possuÃdo por intensas fantasias de grandeza ou perseguição. Pode
sentir-se vÃtima de uma conspiração assim como se julgar milionário, um ser
divino, etc. As Psicoses se manifestam como:
a) Esquizofrenia - apatia emocional, carência de ambições, desorganização
geral da personalidade, perda de interesse pela vida nas realizações pessoais e
sociais. pensamento desorganizado, afecto superficial e inapropriado, riso
insólito, infantilidade, hipocondria, delÃrios e alucinações transitórias.
b) ManÃaca-depressiva â caracteriza-se por perturbações psÃquicas
duradouras e intensas, decorrentes de uma perda ou de situações externas
traumáticas. O estado manÃaco pode ser leve ou agudo. à assinalado por actividade
e excitamento. Os manÃacos são cheios de energia, inquietos, barulhentos, falam
alto e têm ideias bizarras, uma após outra. O estado depressivo, ao contrário,
caracteriza-se por inactividade e desalento. Seus sintomas são: pesar,
tristeza, desânimo, falta de acção, crises de choro, perda de interesse pelo
trabalho, por amigos e famÃlia, bem como por suas distracções habituais.
Torna-se lento na fala, não dorme bem à noite, perde o apetite, pode ficar um
tanto irritado e muito preocupado.
c) Paranóia â caracteriza-se sobretudo por ilusões fixas. à um sistema
delirante. As ilusões de perseguição e de grandeza são mais duradouras do que
na esquizofrenia paranóide. Os ressentimentos são profundos. à agressivo,
egocêntrico e destruidor. Acredita que os fins justificam os meios e é incapaz
de solicitar carinho. Não confia em ninguém
d) Psicose alcoólica â é habitualmente marcada por violenta intranquilidade,
acompanhada de alucinações de uma natureza aterradora.
e) Arteriosclerose Cerebral â evolui de um modo semelhante a demência
senil. O endurecimento dos vasos cerebrais dá lugar a transtornos de irrigação
sanguÃnea, o qual são causa de que partes isoladas do cérebro estejam mal
abastecidas de sangue. Os sintomas são, formigamento nos braços e pernas,
paralisias mais ou menos acentuadas, zumbidos no ouvido, transtorno de visão,
perturbações da linguagem em forma de lentidão ou dificuldade da fala.
3º Tipo: Psicopatias
Os psicopatas não estruturam determinadas
dimensões da personalidade, verificando-se uma espécie de falha na própria
construção. Os principais sintomas das psicopatias são: Diminuição ou ausência
da consciência moral. O certo e o errado; o permitido e o proibido não fazem
sentido para eles. Desta maneira, simular, dissimular, enganar, roubar,
assaltar, matar, não causam sentimentos de repulsa e remorso, em suas
consciências. O único valor para eles é seus interesses egoÃstas: Inexistência
de alucinações; ausência de manifestações neuróticas; falta de confiança; Busca
de estimulações fortes; Incapacidade de adiar satisfações; Não toleram um
esforço rotineiro e não sabem lutar por um objectivo distante; Não aprendem com
os próprios erros, pelo fato de não reconhecerem estes erros; Em geral, têm bom
nÃvel de inteligência e baixa capacidade afectiva; Parecem incapazes de se
envolver emocionalmente. Não entendem o que seja socialmente produtivo.
Esquema de Desenvolvimento de Erik Erikson
Confiança X Desconfiança (até um
ano de idade)
Durante o primeiro ano de vida a criança é
substancialmente dependente das pessoas que cuidam dela requerendo cuidado
quanto a alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de palavras e seus
significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em
movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a
criança sentir que tem segurança e afecto, adquirindo confiança nas pessoas e
no mundo.
Autonomia X Vergonha e Dúvida
(segundo e terceiro ano)
Neste perÃodo a criança passa a ter controle de
suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a
ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo
de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha
e dúvida quanto a sua capacidade de ser autónoma, provocando uma volta ao
estágio anterior, ou seja, a dependência.
Iniciativa X Culpa (quarto e quinto ano)
Durante este perÃodo a criança passa a perceber as
diferenças sexuais, os papéis desempenhado por mulheres e homens na sua cultura
(conflito edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a
cerca. Se a sua curiosidade âsexual â e intelectual, natural, for reprimida e
castigada poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de
explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.
Construtivismo X Inferioridade (dos
6 aos 11 anos)
Neste perÃodo a criança está sendo alfabetizada e
frequentando escola (s), o que propicia o convÃvio com pessoas que não são seus
familiares, o que exigirá maior sociabilização, trabalho em conjunto,
cooperatividade, e outras habilidades necessárias em nossa cultura. Caso tenha
dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade
em vez da construtividade.
[Identidade X Confusão de Papeis
(dos 12 aos 18 anos)
O jovem experimenta uma série de desafios que
envolve suas atitudes para consigo, com seus amigos, com pessoas do sexo
oposto, amores e a busca de uma carreira e de profissionalização. Na medida que
as pessoas à sua volta ajudam na resolução dessas questões desenvolverá o
sentimento de identidade pessoal, caso não encontre respostas para suas
questões pode se desorganizar, perdendo a referência.
Intimidade X Isolamento (jovem adulto)
Nesse momento o interesse, além de profissional,
gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo
vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afectiva. Caso ocorra uma
decepção a tendência será o isolamento temporário ou duradouro.
Produtividade X Estagnação (meia
idade)
Pode aparecer uma dedicação a sociedade à sua
volta e realização de valiosas contribuições, ou grande preocupação com o
conforto fÃsico e material.
Integridade X Desesperança
(velhice)
Se o envelhecimento ocorre com sentimento de
produtividade e valorização do que foi vivido, sem arrependimentos e
lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos haverá integridade
e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a impossibilidade de
começar de novo trará tristeza e desesperança.