A leitura e escrita constituem actividades complexas que a maior parte das crianças domina sem dificuldades. Embora não apresentem quaisquer dificuldades ou atrasos noutras áreas do desenvolvimento, algumas crianças podem apresentar problemas específicos de leitura e escrita. Nestes casos podemos estar perante a denominada dislexia de desenvolvimento, ou simplesmente dislexia.

            Segundo a definição proposta por Critchley (1970), a dislexia é uma perturbação que se manifesta na dificuldade em aprender a ler, apesar de o ensino ser convencional, a inteligência adequada e as oportunidades socioculturais suficientes. Deste modo, a dislexia é uma perturbação da linguagem, em consequência de um atraso de maturação a nível neurológico ou das funções psicológicas, que se manifesta na dificuldade em ler e escrever.

            A dislexia não implica uma perda, incapacidade ou défice na aquisição de certas competências essenciais para a aprendizagem da leitura e da escrita, já que esta perturbação é entendida como um atraso no desenvolvimento. Esta ideia é essencial para se perceber que a intervenção é possível e deve ser feita o mais precocemente possível. Para tal, é necessário uma correcta identificação do sujeito com dislexia. Alguns sinais de alerta podem ser observáveis a leitura é lenta, sem ritmo, com perda da linha que está a ser lida e fazendo confusões quanto à ordem das letras (por exemplo: pro em vez de por ou soca em vez de saco). Na escrita, a caligrafia é deficiente, com letras mal elaboradas e mal proporcionadas, sendo que o acto de escrever pode originar cansaço muscular. No dia-a-dia, podem ter dificuldade em distinguir a esquerda da direita e dificuldade em seguir um mapa. A nível comportamental a criança pode revelar-se ansiosa e até agressiva para com os colegas.

 
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