Quando nos deparamos com a necessidade de uma escolha de entre várias opções possíveis, nem sempre sabemos o que decidir…

 

Escolher implica sempre abdicar de algo, podendo tornar-se angustiante a necessidade urgente de uma escolha. É esta a sensação que começa a invadir o pensamento de muitos adolescentes e jovens que vêem já o final do ano lectivo à vista.

 

A conclusão do 9º ano de escolaridade representa, para muitos jovens, a primeira grande escolha significativa. Embora não se trate de uma decisão determinante ou irreversível é, pelo menos, vinculativa. Representa o início de um delineamento profissional e a construção de um projecto de vida, presentemente dificultado por um clima sócio-económico instável e pouco favorável.

 

Este percurso de construção de um itinerário vocacional e pessoal, em que a escolha no final do 9º ano de escolaridade representa apenas um primeiro passo, implica cada vez mais a necessidade de ter em conta não só o querer (desejos) mas, fundamentalmente, o poder (possibilidades). Há a necessidade de construção de projectos de vida realistas, em que as capacidades e valores pessoais estão devidamente emparelhados com as actividades profissionais ambicionadas e com as ofertas previstas do mercado de trabalho.

 

O medo do investimento, o mito da “escolha certa” ou dificuldades escolares nas disciplinas consideradas mais importantes no curso que pretendem frequentar, podem estar subjacentes a muitas das inquietações dos jovens. Ás vezes sucede também que os interesses são tão diversificados que acentuam a dificuldade da escolha. Por outro lado, a ausência de interesses dificulta o investimento numa área, podendo levar a uma escolha ao acaso. As mudanças frequentes, embora necessárias, ao nível das ofertas formativas também não facilitam as escolhas destes jovens que apresentam, geralmente, um grande desconhecimento do mundo do trabalho e das profissões.

 

A obrigatoriedade do 12º ano de escolaridade vem introduzir novas questões a este processo de construção de um projecto de vida e de uma identidade pessoal. É sentida uma necessidade de alargamento da oferta ao nível dos cursos tecnológicos e profissionais, bem como a desmistificação acerca dos mesmos, motivando intrinsecamente os jovens para a realização escolar e consequente ingresso satisfatório no mercado de trabalho.

 

O psicólogo intervém, não no sentido de indicar a escolha ideal, mas sim promovendo e orientando a exploração vocacional, proporcionando actividades de reflexão e favorecendo a integração da informação, tendo em vista uma escolha segura, fundamentada e a promoção do investimento num projecto vocacional. São os próprios jovens que encontram respostas para as suas questões, a partir das actividades realizadas deliberadamente dentro e fora do contexto de intervenção psicológica. Desta forma, no labirinto da vida vão-se escolhendo, conscientemente, os caminhos a seguir…

 

 
 
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